sexta-feira, 4 de novembro de 2011

FreeBSD :: Dicas para usuários Linux


Sou usuário Linux desde a época do Conectiva Linux (versão 6 acho); cheguei a usar Mandrake 9, Slackare 7 e quando conheci o Gentoo minha vida mudou completamente.




Posso dizer que desde o final da década de 90 (não me recordo o ano exatamente) sou usuário exclusivamente Linux, metendo as caras em Windows e mais recentemente MacOS X somente em ocasiões isoladas por trabalho.



Durante esse tempo diversas vezes eu acabei me aventurando no FreeBSD mas sempre desisti - bem rápido, aliás. Mas isso foi até eu conhecer o ZFS e decidir que quero isso em meus servidores. Dominar o FreeBSD passou a ser uma missão e aprendi o caminho das pedras.



Esse post é uma coleção de dicas para usuários experientes no mundo Linux. Se você é um novato pode pescar varias dicas também, mas não vou ficar explicando coisas do Linux.



Sistema de Arquivos



Por padrão o FreeBSD usa UFS2. Manda bala com esse; esquece ext3, reiserfs ou qualquer outra coisa que esteja acostumado a usar. Não suporta Journaling, mas no lugar implementa outra estratégia que no final garante o mesmo tipo de resultado.



Recomendo começar com o layout de partição recomendado pela instalação; analise-o e crie um equivalente, com uma quantidade generosa de espaço livre para ser usado pelo ZFS mais tarde. Primeiro domine o sistema para depois usar as opções avançadas, mas faça isso de forma planejada.




Ports




O FreeBSD é baseado no excelente ports (que, de fato, inspirou o portage do gentoo). O ports é uma coleção de makefiles localizados em /usr/ports. A primeira reação de um novo usuário é localizar o pacote dentro da arvore de diretórios e mandar ver no make instal clean, por exemplo:


# cd /usr/ports/net/mediatomb && make install clean


Isso funciona, mas o que você vai perceber é que a instalação para no meio a toda hora para configurar alguma dependência; convenhamos que é muito chato ficar horas na frente do computador esperando o gerenciador baixar e instalar tudo só para responder determinados prompts de configuração; mala d+! O processo fica muito mais simples usando o portinstall. O comando equivalente ajuda bastante:


portinstall -c mediatomb


A opção -c do portinstall faz com que todos os prompts de configuração sejam apresentados no começo do processo. Isso acelera bastante e torna a administração do sistema muito mais prazerosa (e nesse ponto eu pessoalmente acho que acaba ganhando das USE flags do gentoo, já que você é forçado a ler as opções na hora de instalar e a configuração é por pacote, não system-wide).



Embora isso permita um controle absoluto sob como cada pacote se comporta, cada pacote é compilado a partir dos fontes; se você está em uma máquina antiga e não tem muito saco para esperar compilar tudo, não vale a pena. A opção é usar os pacotes binários.



Pacotes Binários



Pacotes binários com configuração padrão existem. São vários e podem ser baixados via ftp e então instalados com o pkg_add. Mas uma coisa que não tem o destaque merecido é a opção -r dessa ferramenta. Com ela o pkg_add se comporta como o equo ou o apt-get se comporta por padrão. Baixa e instala todas as dependências de acordo. Por exemplo, para instalar o KDE 4 com todas suas dependências basta chamar:



pkg_add -r kde4



Initscripts




Eu, como todo bom Gentooer, estou super acostumado com a excelente ferramenta rc-update. Infelizmente ela não existe, mas algo bem inteligente foi bolado. O arquivo /etc/rc.conf. Basicamente, nesse exemplo do mediatomb, basta colocar a linha:



mediatomb_enable="YES"



Outra opções interessantes existem nesse arquivo; vale a pena dar uma olhada.


Kernel modules




Módulos do kernel podem ser carregados manualmente pela ferramenta kldload. E para módulos específicos, como o ZFS, existem initiscripts.



O que mais?




A primeira fonte de informação deve ser o FreeBSD handbook, que pode ser encontrado aqui. De resto, use o google e sempre que precisar o canal IRC ##freebsd no servidor freenode.org está cheio de desenvolvedores prestativos.